Grupo de educação básica busca fundos para continuar ajudando crianças brasileiras no Japão
Uma organização sem fins lucrativos localizada na província de Shizuoka está recolhendo doações para garantir oportunidades educacionais para as crianças brasileiras cujos pais perderam o emprego, visto que muitos trabalhadores estrangeiros estão sendo demitidos em meio à pandemia do coronavírus.
Mirai é uma instituição na cidade de Kikugawa (província de Shizuoka) que oferece serviços de creche e assistência educacional, e por consequência da crise do coronavírus está presenciando uma queda drástica no número de alunos, uma vez que os pais não conseguem pagar as mensalidades por estarem desempregados.
O presidente da entidade, Kiyoshi Ochi (57), é um nipo-brasileiro da segunda geração que usou seus fundos pessoais para fundar a organização em 2017.
A organização administra uma creche que ensina português e japonês para crianças com menos de seis anos de idade, e também oferece educação cultural e de língua japonesa às crianças de 6 a 12 anos para uma melhor adequação à escola pública, entre outros suportes.
Mais de 300 crianças já frequentaram escolas públicas por meio dos esforços do grupo e cerca de 90% dos pais cujos filhos vão para as instalações são trabalhadores de fábricas e de outros locais.
Desde o final de março a Mirai recebeu várias consultas de pais dizendo coisas como “Não posso mandar meu filho amanhã porque fui demitido” e cerca de 60% das crianças matriculadas desistiram temporariamente.
A representante de relações públicas, Saori Viana, comentou: “Quando se interrrompe o aprendizado a aquisição da linguagem fica mais lenta. As crianças podem não conseguir se adaptar às escolas no Japão e podem parar de frequentar, mesmo que consigam entrar”.
A Mirai decidiu apostar no crowdfunding (financiamento coletivo) para arrecadar fundos e garantir oportunidades de aprendizagem às crianças que abandonaram as aulas devido ao desemprego dos pais.
A organização estabeleceu uma meta para arrecadar 1,16 milhão de ienes, o que equivale ao valor das mensalidades de 20 alunos.
O presidente Ochi disse: “Criei a instalação com o desejo de reduzir o número de crianças estrangeiras que estão isoladas na sociedade. Gostaria de pedir sua cooperação.”
A fundação Mirai que depende das taxas mensais para suas operações acumulou dívidas totalizando 16 milhões de ienes devido a redução dos alunos. A organização sem fins lucrativos não pode contar com assistência pública e enfrenta dificuldades financeiras.
As doações podem ser feitas até as 23h do dia 23 de novembro. Para mais informações, clique aqui.
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