Japão revisa política de liberação do arroz estocado para garantir abastecimento

O Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão anunciou a revisão da política de liberação do ‘arroz estocado’, que até então era utilizado apenas em casos de colheitas ruins. Com a mudança, o governo também considerará sua liberação em situações que comprometam a distribuição do produto.
No verão passado, o Japão enfrentou a “crise do arroz da era Reiwa”, quando uma combinação de fatores, incluindo compras exageradas devido aos alertas de terremoto e a transição para a nova safra, elevou os preços do arroz. A insatisfação dos consumidores levou o ministro da Agricultura, Taku Eto, a anunciar, em janeiro deste ano, uma proposta para permitir a venda do arroz estocado com a condição de que o governo reponha o estoque posteriormente.
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Como funciona o estoque de arroz no Japão
O arroz estocado é um estoque de segurança mantido pelo governo para garantir o abastecimento em tempos de crise alimentar, como colheitas insuficientes. Esse sistema foi criado em 1994, após a chamada “crise do arroz da era Heisei” de 1993, quando uma safra fraca resultou na escassez do grão.
Atualmente, cerca de 1 milhão de toneladas de arroz são armazenadas em armazéns pelo país, especialmente em regiões produtoras, o que reduz os riscos logísticos. Para garantir um giro adequado do estoque, o governo adquire anualmente cerca de 200 mil toneladas antes da safra do outono e substitui lotes antigos que completam cinco anos de armazenamento.
Um sistema de alto custo para o Japão
O armazenamento desse arroz tem um custo elevado. Em 2023, o governo gastou aproximadamente 14,2 bilhões de ienes com estocagem. Além disso, após a venda do arroz antigo para fabricantes de ração animal, o déficit acumulado chegou a 30 bilhões de ienes. No total, o sistema custa cerca de 47,8 bilhões de ienes por ano, um investimento considerado necessário para garantir a segurança alimentar.
De onde vem o arroz estocado?
As principais regiões que fornecem arroz para o estoque em 2024 foram Fukushima, Niigata e Aomori.
Variedades conhecidas, como “Koshihikari”, fazem parte do estoque e são mantidas sob controle rigoroso de temperatura, abaixo de 15 °C, para preservar a qualidade.
“Mesmo o arroz estocado para emergências não deve ser de qualidade inferior. Garantimos um alto padrão por meio de um gerenciamento rigoroso”, afirmou um representante do Ministério da Agricultura.
Quando o arroz estocado é usado?
Nos últimos anos, o arroz estocado não precisou ser utilizado devido a colheitas ruins, mas foi essencial em situações emergenciais. Em 2011, 40 mil toneladas foram distribuídas após o Grande Terremoto do Leste do Japão. O mesmo ocorreu durante o terremoto de Kumamoto, em 2016, e na pandemia de coronavírus, em 2020, quando o arroz foi destinado a programas de alimentação infantil.
Além de ser uma reserva estratégica, parte do arroz estocado é destinado a programas sociais e educacionais. Desde 1998, o governo fornece gratuitamente arroz para almoços escolares, promovendo o conhecimento sobre segurança alimentar. Com a pandemia, programas como “refeitórios infantis” e “refeições em casa para crianças” também foram incluídos na lista de beneficiários.
Com a revisão da política de liberação, o governo busca garantir que o arroz estocado seja utilizado de forma mais eficiente, equilibrando a segurança alimentar com a estabilidade do mercado.
Imagem de destaque: Canva
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