Agência de talentos admite casos de abuso sexual cometidos por Johnny Kitagawa ao longo de décadas

A agência de talentos Johnny & Associates, envolvida em um escândalo sobre abusos sexuais cometidos pelo seu falecido fundador Johnny Kitagawa, disse na quinta-feira (7) que a presidente renunciou ao cargo para assumir a responsabilidade.

Julie Keiko Fujishima, reconheceu que Kitagawa, seu tio, abusou sexualmente de jovens membros de boy bands da agência de talentos. Esta foi a primeira vez que a agência reconheceu e admitiu os casos de abusos sexuais.

Fujishima deixou o cargo de presidente na terça-feira (5) e foi substituída pelo artista sênior da agência Noriyuki Higashiyama.

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Um relatório divulgado no final do mês passado por uma equipe terceirizada encarregada de investigar as acusações de abuso sexual cometidos por Jonnhy Kitagawa, concluiu que os abusos eram cometidos desde a década de 1950.

Segundo o relatório divulgado em 29 de agosto, Kitagawa começou a abusar sexualmente de meninos na década de 1950, quando ele tinha 20 anos, e depois em sua agência dos anos 1970 aos anos 2010.

“Em primeiro lugar, admito que Kitagawa cometeu abuso sexual e peço desculpas por isso”, disse o novo presidente da agência de talentos em entrevista coletiva.

 “Sinto muito pelas vítimas que foram feridas mental e fisicamente por tanto tempo”, acrescentou.

Embora as acusações tenham surgido há décadas, Kitagawa, que morreu em 2019 aos 87 anos, nunca foi responsabilizado por nenhum crime sexual.

As alegações de abuso sexual ganharam atenção mundialmente em março deste ano, quando a BBC transmitiu um documentário sobre o tema, que continha entrevistas com diversas vítimas. Uma coletiva de imprensa no mês seguinte, realizada por Kauan Okamoto, um ex-membro do Johnny’s que diz ter sido abusado por Kitagawa, também contribuiu para que o caso chegasse ao conhecimento de mais pessoas. Depois da repercussão dos casos, outras vítimas também se pronunciaram.

Para evitar a recorrência de tais crimes, o governo japonês reforçou as medidas contra a agressão sexual, anunciando a criação de uma linha direta para vítimas de agressão sexual de todas as idades no final de julho e revendo partes do Código Penal relativas a crimes sexuais.

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Imagem de destaque: Canva