Brasileiro e ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, acusado de fraude bilionária

“Por que não me informaram sobre isso?” e “Fui instruído pela promotoria a não comentar” foram as palavras de Hiroto Saikawa, ex-presidente da Nissan, ao descobrir a “enorme fraude” cometida por Carlos Ghosn.

Hiroto Saikawa, um executivo japonês, ingressou na Nissan em 1977 e ocupou várias posições de liderança na empresa. Ele se tornou CEO da Nissan em abril de 2017, sucedendo Carlos Ghosn.

Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, foi preso em novembro de 2018 por violação da Lei de Instrumentos Financeiros, acusado de falsificação de relatórios financeiros e outras irregularidades. Entre as fraudes, estão a compra de mansões luxuosas, uso pessoal de jatos corporativos e pagamentos exorbitantes a sua irmã com base em contratos fictícios.

As fraudes cometidas por Carlos Ghosn

Em 19 de novembro de 2018, a Procuradoria Distrital de Tóquio prendeu Ghosn por declarar a menos seu salário em cerca de 5 bilhões de ienes ao longo de cinco anos. No mesmo dia, Greg Kelly, diretor da Nissan, também foi preso sob a mesma acusação. Em 22 de novembro, a Nissan demitiu Ghosn e Kelly de seus cargos de presidentes e diretores representantes.

Ghosn foi novamente preso em dezembro de 2018 e acusado de subestimar seus rendimentos em mais de 9,1 bilhões de ienes ao longo de oito anos. Em janeiro de 2019, ele foi preso por abuso de confiança, acusado de transferir perdas financeiras pessoais para a Nissan e enviar fundos da empresa a um empresário saudita.

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Outras fraudes e desvios

Além dos casos criminais, Ghosn foi acusado de desviar ativos da Nissan para fins pessoais. Ele estabeleceu uma empresa de investimentos na Holanda para comprar mansões de luxo no Brasil e no Líbano, desviando cerca de 27 milhões de dólares da Nissan. Também pagou mais de 750 mil dólares à sua irmã por contratos fictícios e usou jatos corporativos para fins pessoais.

Em fevereiro de 2020, a Nissan processou Ghosn, buscando 10 bilhões de ienes em danos. Embora Ghosn alegue inocência, as investigações revelaram várias fraudes e desvios, totalizando mais de 35 bilhões de ienes.

Apesar de sua fuga para o Líbano em dezembro de 2019, o julgamento de Greg Kelly, acusado como cúmplice, continua em andamento. A profundidade das fraudes de Ghosn, incluindo atividades ilícitas na Renault, permanece um fato incontestável.