Mais de 80% dos japoneses apoiam a pena de morte, aponta pesquisa do governo

Uma pesquisa realizada pelo governo japonês no final de 2024 revelou que 83,1% da população apoia a pena de morte, considerando o sistema “inevitável”. O levantamento foi conduzido entre outubro e dezembro do ano passado e mostra um aumento de 2,3 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em 2019.

A pesquisa foi realizada após a absolvição de Iwao Hakamata, de 88 anos, que passou décadas no corredor da morte e foi declarado inocente em um novo julgamento. Hakamata havia sido condenado pelo assassinato de quatro pessoas em 1966, em um dos casos judiciais mais polêmicos do Japão.

Embora o apoio à pena de morte tenha crescido, a proporção de pessoas que defendem sua abolição também aumentou, chegando a 16,5% — um acréscimo de 7,5 pontos percentuais desde 2019. Esta foi a quinta vez consecutiva que a aprovação do sistema ultrapassou 80% na pesquisa governamental, que é realizada a cada cinco anos.

Por que a população apoia a pena de morte?

O motivo mais citado pelas pessoas que apoiam a pena de morte foi a “preocupação com os sentimentos das vítimas de crimes capitais e suas famílias”, com 62,2% das respostas. Enquanto isso, 55,5% disseram que “crimes violentos deveriam ser pagos com vidas, enquanto 53,4% “temem que a abolição da pena de morte resulte em um aumento de crimes mais graves”.

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Por outro lado, entre aqueles que defendem a abolição da pena de morte, 71% citaram como principal motivo o risco de condenações equivocadas, que se tornam irreversíveis. Esse percentual representa um aumento de cerca de 20 pontos em relação à pesquisa anterior. Além disso, 37,5% afirmaram que apoiariam a abolição caso a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional fosse implementada no Japão.

A pena de morte continua sendo um tema polêmico no Japão, dividindo opiniões e gerando debates sobre justiça, segurança pública e direitos humanos.

A pesquisa foi conduzida com 3.000 pessoas com 18 anos ou mais, e obteve 1.815 respostas válidas.

Imagem de destaque: Canva