Por que o Japão tem uma taxa de analfabetismo quase zero?

Apesar de ser um país conhecido por sua tecnologia e inovação, o Japão também impressiona em outro aspecto: sua baixíssima taxa de analfabetismo. Praticamente toda a população japonesa sabe ler e escrever — um feito que não surgiu por acaso. Mas você sabia que essa valorização pelo estudo não é recente? Na verdade, ela começou há mais de 400 anos, ainda na Era Edo (1603–1868).
O berço da alfabetização: a Era Edo
Durante esse período de paz e estabilidade sob o xogunato Tokugawa, o Japão desenvolveu um sistema educacional surpreendentemente avançado para a época. Mesmo sem tecnologia, já se entendia a importância da leitura e da escrita.
Na Era Edo:
- Existiam escolas chamadas terakoya (寺子屋), geralmente ligadas a templos budistas, que ensinavam leitura, escrita e cálculo para crianças comuns, incluindo filhos de comerciantes e agricultores;
- Essas escolas se espalharam por todo o país, contribuindo para uma alfabetização em massa ainda no século XVII;
- Estima-se que mais de 50% da população urbana já sabia ler e escrever no final do período — uma taxa altíssima para os padrões mundiais da época
Você sabia? Tokugawa Ieyasu é lembrado até hoje como um dos líderes mais influentes da história do Japão. Em 1603, recebeu o título de Xogum do imperador e criou o Xogunato Tokugawa com sede em Edo (atual Tóquio). Esse regime durou 264 anos, sendo o mais longo da história do Japão.
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A leitura como parte do cotidiano
Outro fator que ajudou a propagar a alfabetização foi o crescimento da produção de livros e o surgimento dos primeiros jornais populares. Pessoas liam romances, peças de teatro kabuki, guias de viagem e manuais de etiqueta.
O mais impressionante: muitos pais, mesmo sem muita escolaridade formal, valorizavam profundamente o conhecimento e incentivavam seus filhos a estudar.
A tradição dos estudos
Essa herança cultural se manteve ao longo dos séculos. No Japão moderno:
- A educação é obrigatória e gratuita por 9 anos;
- As famílias continuam desempenhando um papel ativo no aprendizado dos filhos;
- Leitura, disciplina e respeito pelos professores seguem como pilares da formação escolar
Além disso, a cultura japonesa vê o estudo como um dever coletivo, algo que contribui não apenas para o sucesso pessoal, mas para o bem da sociedade.
Você sabia? O Japão tem até hoje um sistema público de bibliotecas extremamente ativo e acessível. Basta um cadastro simples para emprestar livros em quase qualquer cidade do país.
Um dos países com menor taxa de analfabetismo do mundo
Quando um país alcança uma taxa de analfabetismo muito baixa, como o Japão, os efeitos positivos se espalham por toda a sociedade. A economia tende a crescer, já que trabalhadores alfabetizados conseguem se qualificar melhor, entende instruções com mais facilidade e opera tecnologias com eficiência.
Enquanto em muitas partes do mundo ainda existem dificuldades para garantir educação básica, o Japão é um exemplo de como a valorização histórica e cultural do conhecimento pode moldar uma sociedade mais igualitária e preparada.
Imagem: Reprodução Canva
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