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Somos a última geração a conhecer os sobreviventes da bomba atômica e ouvir suas histórias pessoalmente

Somos a última geração que poderá conhecer os sobreviventes da bomba atômica e ouvir suas histórias pessoalmente.

O Japão é o único país que sofreu os efeitos devastadores das armas nucleares e essa semana marca o 78º aniversário dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki.

Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram a bomba atômica de urânio (Little Boy) sobre a cidade de Hiroshima às 8h15 da manhã, tirando a vida de 70.000 pessoas instantaneamente.

Três dias depois, no dia 9 de agosto de 1945, uma bomba nuclear de plutônio (Fat Man) explodiu sobre Nagasaki às 11h02 da manhã e interrompeu a vida de 74.000 pessoas até o final daquele ano. 

Os sobreviventes desenvolveram leucemia, câncer e outras doenças anos depois devido aos efeitos da radiação.

As vítimas dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, conhecidos como “hibakushas” dedicam a vida compartilhando seus relatos e lutando por um mundo sem armas nucleares.


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Crédito: TAKASHii from Japan

Segundo os números do governo, até o final de março havia 113.649 sobreviventes oficialmente reconhecidos dos ataques de Hiroshima e Nagasaki, uma queda de 5.346 em relação ao ano anterior, com idade média acima de 85 anos.

Enquanto 9.350 deles morreram no ano fiscal de 2022, o declínio no número total foi parcialmente compensado por uma expansão nos reconhecimentos a partir de abril de 2022 de alguns indivíduos expostos à “chuva negra” radioativa que se seguiu aos bombardeios.

Os relatos emocionantes e a importância de saber escutá-los

Crédito: exame

Em entrevista ao jornal Mainichi, Takashi Morita, agora com 99 anos, disse sobreviveu ao bombardeio atômico de Hiroshima em 6 de agosto de 1945. Ele tinha 21 anos quando viu a explosão a cerca de 1,5 km ao norte do hipocentro. Morita nunca se esqueceu da cena das pessoas com a pele infeccionada por queimaduras e da destruição diante dos seus olhos.

Após a guerra, ele decidiu viajar com a família para o Brasil como trabalhador migrante no ano de 1956, partindo do porto de Kobe para o porto de Santos a bordo do navio Brazil Maru.

Em julho de 1984, Morita fundou uma organização de sobreviventes brasileiros do bombardeio atômico, anteriormente conhecida como “Associação das Vítimas de Bomba Atômica no Brasil” e mais tarde renomeada como “Associação Hibakusha – Brasil Pela Paz”.

Há cerca de 10 anos, Morita, juntamente com dois outros hibakushas residentes em São Paulo, Junko Watanabe, agora com 80 anos, e Kunihiko Bonkohara, com 83 anos, abriram um espetáculo teatral em língua portuguesa para compartilhar suas experiências. 

Devido ao envelhecimento, as atuações passam a ser feitas por outras pessoas, mas Morita acredita que é uma boa forma de comunicar com as gerações mais novas.

 “Nós, hibakushas, ​​temos transmitido o horror das armas nucleares, e é por isso que eles não as usaram novamente até agora. Se tivéssemos calado nossas bocas, uma guerra nuclear poderia ter estourado”, disse Morita.

“Peço a todos no mundo que parem por um momento e pensem: apesar da dor causada pela lembrança de suas experiências com o bombardeio atômico, os hibakusha continuamente exortam o mundo a reconhecer a desumanidade das armas nucleares ao relatar suas provações pessoais. Certamente são seus testemunhos que têm sido uma força de dissuasão impedindo o uso de armas nucleares durante os últimos 78 anos.

Este ano, a idade média dos hibakusha ultrapassou os 85 anos. À medida que nos aproximamos de um momento em que não há mais nenhum hibakusha vivo, se somos capazes de manter essa força de dissuasão genuína e se somos capazes de abolir as armas nucleares depende das ações de cada indivíduo.

Por favor, visite os locais de bombardeio atômico, veja com seus próprios olhos e sinta as consequências das armas nucleares. Por favor, ouça os testemunhos de hibakusha, uma herança comum da humanidade que deve continuar a ser comentada em todo o mundo.

Conhecer a realidade dos bombardeios atômicos é o ponto de partida para alcançar um mundo sem armas nucleares, e também pode ser o motor para mudar o mundo.

Eu sou um hibakusha de segunda geração; meus pais são ambos hibakusha. Para garantir que Nagasaki seja o último lugar a sofrer um bombardeio atômico, a próxima geração de hibakusha – inclusive eu – continuará firmemente a missão dos hibakusha, passando o bastão da paz para as gerações futuras”.

-trecho da Declaração da Paz lida em 9 de agosto de 2023 pelo prefeito de Nagasaki, Shiro Suzuki.

Nosso profundo sentimento às vítimas da bomba atômica e profundo respeito pela força e resiliência dos sobreviventes que dedicam a vida conscientizando o mundo sobre a importância da paz.

Imagem de destaque: Canva

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