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117 anos da Imigração Japonesa no Brasil

O Dia Nacional da Imigração Japonesa no Brasil é comemorado no dia 18 de junho, data que marca a chegada do navio Kasato Maru ao porto de Santos, em 1908, que levou os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil.

Neste ano de 2025, completam-se 117 anos, sendo um ano especial por coincidir com a celebração dos 130 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão. Ambas as datas reforçam os laços de uma amizade construída com muito respeito, cooperação e intercâmbio cultural.

Navio Kasato Maru, 1908/Domínio público


O Kasato Maru partiu do porto de Kobe, no Japão, em abril de 1908, e chegou ao porto de Santos após uma viagem de 52 dias. A bordo estavam 165 famílias, totalizando 781 pessoas, em sua maioria agricultores em busca de melhores oportunidades de vida. A chegada dos primeiros japoneses simboliza o início de uma trajetória repleta de esforço, superação e valiosas contribuições que ajudaram a transformar o Brasil.

Por que os japoneses foram para o Brasil?

No início do século XX, o Japão passava por um período de grandes mudanças. Após a Restauração Meiji (1868), o país iniciou um processo de modernização acelerada, com a adoção de um modelo econômico ocidentalizado. 

Esse crescimento, porém, trouxe sérios desequilíbrios sociais, como o excesso de população nas áreas rurais, poucas oportunidades de emprego e escassez de terras para cultivo. Muitas famílias viviam na pobreza, especialmente no interior do país.

Ao mesmo tempo, o Brasil precisava de trabalhadores para as lavouras de café, principalmente em São Paulo. Foi então que os governos dos dois países fizeram um acordo para facilitar a ida de trabalhadores japoneses ao Brasil.

Este foi cartaz japonês usado para incentivar a imigração para o Brasil (início do século XX)/ Domínio público

Em 1907, o governo do Japão e o do Brasil firmaram um acordo de imigração, permitindo que trabalhadores japoneses fossem contratados para trabalhar nas plantações brasileiras. A viagem era longa e cara, mas muitos japoneses viram na proposta uma chance de melhorar de vida.

Assim, no dia 18 de junho de 1908, o navio Kasato Maru chegou ao porto de Santos levando 781 imigrantes japoneses.

A ideia inicial de muitos deles era trabalhar por alguns anos, juntar dinheiro e depois voltar ao Japão. No entanto, com o tempo, muitos acabaram se estabelecendo de forma definitiva no Brasil, dando início a uma nova vida e a formação da maior comunidade japonesa fora do Japão.

Os desafios enfrentados pelos imigrantes japoneses

Família de imigrantes japoneses em uma plantação de banana no Brasil, por volta de 1930/Fonte: Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil (São Paulo)/ Domínio público

Quando os primeiros japoneses chegaram ao Brasil, eles tinham o sonho de trabalhar, juntar dinheiro e, quem sabe, voltar ao Japão no futuro. Mas a realidade que encontraram foi bem mais dura do que esperavam. Ao longo dos anos, a comunidade japonesa passou por várias dificuldades, tanto no início da adaptação cultural quanto em momentos políticos difíceis, como a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro choque foi com o clima tropical, que é muito diferente do Japão. Além disso, muitos japoneses foram colocados para trabalhar em fazendas de café, enfrentando longas jornadas, sol forte, pouca infraestrutura e salários baixos. Muitos trabalhadores moravam em alojamentos precários, longe das cidades e com pouco contato com outros grupos sociais.

A maioria dos primeiros imigrantes não falava português e tinha dificuldade para se comunicar. Isso dificultava desde a convivência no trabalho até a ida a mercados, escolas ou hospitais. A saudade da terra natal também era grande, já que não era fácil manter contato com o Japão naquela época, sem telefone, internet ou meios de transporte acessíveis.

Além disso, houve também um grande choque cultural. O modo de vida japonês, mais reservado e disciplinado, muitas vezes era visto como estranho pelos brasileiros. Isso gerou preconceito e isolamento social. Os filhos dos imigrantes, por exemplo, precisavam encontrar um equilíbrio entre a cultura dos pais e a cultura brasileira.

Um dos períodos mais difíceis para os japoneses no Brasil foi durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Como o Japão fazia parte do “Eixo”, inimigo dos Aliados (grupo do qual o Brasil participou) o governo brasileiro proibiu o uso do idioma japonês em público, fechou escolas e jornais japoneses e monitorou ou prendeu líderes da comunidade. Nesse período muitas famílias foram obrigadas a esconder suas tradições para não sofrer retaliações.

Apesar de todas as dificuldades, a comunidade japonesa no Brasil resistiu, se reorganizou e cresceu. Aos poucos, os japoneses conquistaram espaço na agricultura, no comércio, na educação e na cultura. Hoje, os descendentes dos primeiros imigrantes ocupam lugares de destaque na sociedade brasileira e mantêm viva a herança japonesa.

Contribuições que transformaram o Brasil

Ao longo dos anos, a comunidade japonesa no Brasil cresceu e se espalhou por várias regiões, deixando uma marca profunda em diferentes áreas da sociedade. O que começou com o trabalho nas lavouras se transformou em uma história de integração e contribuição que ajudou a moldar o Brasil como conhecemos hoje.

Os imigrantes levaram novas técnicas agrícolas, como o uso mais eficiente do solo e o cultivo de hortaliças, flores e frutas que antes eram pouco conhecidas no Brasil. Essas inovações ajudaram a desenvolver regiões importantes, como o interior de São Paulo e o Paraná, impulsionando a agricultura local e beneficiando toda a economia.

Além da agricultura, a influência japonesa também se espalhou pela cultura brasileira. Festivais tradicionais, como o Tanabata Matsuri, passaram a fazer parte do calendário cultural em várias cidades, aproximando as pessoas e celebrando as raízes japonesas.


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As artes marciais, a culinária, o ikebana (arranjo floral), os mangás, os animes e tantas outras expressões culturais conquistaram espaço no cotidiano dos brasileiros, encantando todas as gerações. Os japoneses também fortaleceram valores importantes no Brasil, como o respeito aos mais velhos, a disciplina, a cooperação comunitária e a dedicação ao trabalho. Esses princípios foram transmitidos de geração em geração e ultrapassaram os limites da comunidade nipo-brasileira, influenciando a sociedade como um todo.

Hoje, o Brasil abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, e o bairro da Liberdade, em São Paulo, é um símbolo dessa convivência rica entre as duas culturas. Podemos perceber a mistura cultural entre Brasil e Japão, desde a culinária, até a decoração das ruas. A trajetória da comunidade japonesa no Brasil é marcada por muitas histórias de superação, que continuam inspirando as gerações atuais.

O Dia da Imigração Japonesa é uma oportunidade para lembrar tudo o que foi construído nesses 117 anos. É um momento de valorizar as raízes, reconhecer a coragem de quem veio antes e celebrar a amizade entre Brasil e Japão. Para quem vive no Japão hoje, também é uma forma de se sentir mais próximo dessa história e perceber como essa conexão entre os dois países faz parte da nossa identidade.

Imagem de destaque: Canva

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