Camboja deporta 25 cidadãos japoneses suspeitos de operar golpes online

Vinte e cinco cidadãos japoneses suspeitos de envolvimento em golpes online baseados no Camboja foram deportados para o Japão na quarta-feira (8), disse o general Khieu Sopheak, porta-voz do Ministério do Interior do Camboja.

O governo japonês organizou um voo fretado para transportar os suspeitos, que foram detidos em setembro após a polícia cambojana ter recebido uma denúncia da polícia japonesa.

Os 25 cidadãos foram presos na capital, Phnom Penh, segundo o general Keo Vanthan, porta-voz da polícia de imigração.

Khieu Sopheak agradeceu ao governo japonês “pelo seu apoio e boa cooperação com o governo cambojano para prender estas pessoas”.

---

Leia também

• “Sou brasileiro e caí em golpe no Japão”, história de alerta para evitar prejuízos em viagens

• Polícia do Japão lançará nova unidade para combater golpes contra idosos

• Golpe de 10 milhões de ienes: Homem no Japão é enganado por falsa identidade americana em rede social

---

Golpes online estão se tornando um grande problema na Ásia. Em agosto, o gabinete dos direitos humanos da ONU afirmou que gangues criminosas forçaram centenas de milhares de pessoas no Sudeste Asiático a participar em operações fraudulentas online ilegais.

Em um relatório, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos citou “fontes credíveis”, afirmando que pelo menos 120 mil pessoas em Myanmar e cerca de 100 mil no Camboja “podem ser afetadas” por esquemas online. O relatório lança uma nova luz sobre as fraudes do crime cibernético.

Em abril, 19 cidadãos japoneses suspeitos de participarem em fraudes telefônicas e online foram igualmente deportados do Camboja para o Japão. Eles foram presos na cidade de Sihanoukville, no sul do país, conhecida por fraudes de crimes cibernéticos.

Tais fraudes tornaram-se um grande problema no Camboja no ano passado, quando diversas pessoas de vários países asiáticos foram atraídas para aceitar empregos no Camboja. No entanto, muitas vezes encontravam-se presos na escravatura virtual e foram forçados a participar de fraudes através da Internet.

As redes fraudulentas, que muitas vezes têm ligações com o crime organizado transnacional, são criadas em países onde a aplicação da lei é fraca, e atraem jovens trabalhadores qualificados com promessas de altos pagamentos. Os trabalhadores são então sujeitos ao isolamento e a ameaças de violência, a menos que consigam enganar diversas vítimas por telefone e online para transferirem pagamentos para contas bancárias.

Imagem: Canva