DIA A DIA

Simplificando o Japão para você

JapãoMundoViralizou

Conflito Irã-Israel: Possíveis efeitos no Japão

Mesmo a milhares de quilômetros de distância, o conflito entre Irã e Israel pode afetar diretamente o seu dia a dia no Japão. Isso porque grande parte do petróleo que abastece o país passa por uma região estratégica chamada Estreito de Ormuz, e qualquer instabilidade por lá pode gerar aumentos nos preços da gasolina, eletricidade e até dos alimentos. Nesta matéria, explicaremos como essa crise internacional pode impactar a economia japonesa, o bolso de quem mora aqui e até os investimentos.

O que está acontecendo entre Irã e Israel?

Desde abril de 2024, as tensões entre Irã e Israel aumentaram drasticamente. Após ataques e contra-ataques envolvendo instalações militares e civis, a possibilidade de um conflito regional se transformar em guerra aberta preocupa o mundo inteiro. Estados Unidos, União Europeia e potências asiáticas acompanham de perto a escalada.

Dependência do petróleo do Oriente Médio

Conflito Irã-Israel

O Japão importa cerca de 95 % de seu petróleo bruto do Oriente Médio, incluindo 36 % da Arábia Saudita e 38 % dos Emirados Árabes Unidos, conforme dados do Ministério da Economia, em novembro de 2024.

O Japão importa mais de 90% de seu petróleo bruto do Oriente Médio, e quase tudo passa pelo estreito de Ormuz. Um bloqueio ali ameaça diretamente a segurança energética japonesa.

O Estreito de Omuz e a sua importância

O estreito de Ormuz (ホルムズ海峡・ほるむずかいきょう) é um canal marítimo estreito e estratégico que conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao Mar da Arábia. Ele separa o Irã (ao norte) dos Emirados Árabes Unidos e Omã (ao sul) e tem uma largura de apenas cerca de 30 a 60 km, sendo um dos pontos de passagem mais importantes do mundo para o transporte de petróleo.

  • Cerca de 20% do petróleo mundial passa por ali todos os dias (mais de 17 milhões de barris por dia, segundo a U.S. Energy Information Administration);
  • É vital para países que importam energia do Oriente Médio: como o Japão, Coreia do Sul, China e Índia.

LEIA TAMBÉM:

Relação dos Estados Unidos com Israel

Qualquer ação dos EUA em defesa de Israel pode dificultar a diplomacia do Japão com países árabes, o que afeta não só o petróleo, mas também outras relações comerciais e diplomáticas importantes. Se o conflito entre Irã e Israel se intensifica e os EUA entram mais diretamente, o risco de interrupção no tráfego marítimo no Estreito aumenta, o que ameaça o abastecimento energético do Japão.

Atualmente os Estados Unidos são o principal aliado histórico de Israel, oferecendo apoio diplomático, militar e econômico. Isso tem reflexos diretos em como outros países, especialmente do Oriente Médio, como Irã e países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), reagem aos conflitos na região.

Preço do petróleo e inflação

Desde meados de junho, os preços do petróleo aumentaram 7 % a 11 % após ataques entre Israel e Irã, a maior alta em um mês.

Porém, o governo japonês está contendo os preços da gasolina, limitando o valor médio a cerca de 175 ¥/litro e mantendo subsídio de 10 ¥/litro a partir de 26 de junho, segundo a Reuters.

Impacto no câmbio e nos mercados

Em momentos de tensão global, investidores tendem a buscar ativos considerados mais seguros, como o dólar americano. Além disso, a bolsa de valores de Tóquio (Nikkei) sofreu quedas de cerca de 1% na última semana, refletindo o chamado “apetite ao risco” dos investidores, que tendem a evitar mercados mais voláteis durante períodos de incerteza geopolítica. Isso pode afetar quem tem investimentos no Japão ou quem acompanha a economia de perto.

Lembrando que: devido à crise do arroz no país, o Japão começou a importar arroz dos Estados Unidos. Então, já parou para pensar?

Com o iene enfraquecido, importar alimentos fica mais caro para o Japão. Isso agrava ainda mais os efeitos da crise do arroz no país, já que a compra de arroz estrangeiro, feita em dólar, exige mais ienes e pode resultar em preços mais altos nas prateleiras dos supermercados.

FatoImpacto
Preço da gasolina estabilizado pelo governoEconomia de ~10 ¥ por litro, mas risco de alta continua
Iene mais fracoRemessas para o Brasil custam menos, mas importações ficam mais caras
Pressão inflacionáriaProdutos importados podem subir
Queda na bolsa NikkeiPrejuízo para investimentos e previdência

Impacto global nas decisões do Japão

Existem 33 reatores nucleares licenciados no país, sendo que 14 deles foram reativados após cumprirem rigorosos padrões de segurança estabelecidos após o acidente de 2011, e em 19 de junho de 2025, o jornal Asahi Shimbun reportou que o governo do Japão recomendou ao governador de Niigata que decida sobre a reativação da usina nuclear de Kashiwazaki‑Kariwa, a maior do mundo, após consulta à população local por meio de escolha pública ou plebiscito. Porém, o Governador de Niigata, Hideyo Hanazumi, afirmou que responderá ao governo “depois de consultar os eleitores”, possivelmente via eleição ou votação.

Segundo a Agência de Regulamentação Nuclear do Japão: 8 usinas nucleares (12 reatores) estão atualmente em operação. Outras 21 unidades estão desligadas para inspeção, manutenção ou aguardando autorização.

O Japão retomou o plano de colocar usinas nucleares novamente em operação. O retorno ao nuclear faz parte de uma estratégia do Japão para aumentar a segurança energética desde após interrupções provocadas por eventos globais, como a guerra da Ucrânia.

Preocupações com segurança e diplomacia

O Japão tem bases militares americanas em seu território, como em Okinawa. Um conflito mais amplo pode colocar essas bases em alerta máximo. Embora o país mantenha uma postura pacífica, a instabilidade global pode afetar também o cenário geopolítico do leste asiático, especialmente se China e Rússia se posicionarem mais diretamente.

Mas por que você deveria se importar?

Morando no Japão, os principais efeitos na nossa vida seriam:

  • Pode aumentar o preço da gasolina, luz e comida;
  • Pode afetar o valor do iene e a economia japonesa;
  • Pode trazer reflexos indiretos na segurança e nas relações internacionais da Ásia;
  • A longo prazo, a oscilação cambial pode prejudicar empresas japonesas e afetar empregos, salários e estabilidade econômica.

Em caso de guerra entre EUA/Israel e Irã, brasileiros no Japão ainda poderão voltar ao Brasil. Só é preciso evitar voos pelo Oriente Médio. Prefira rotas pela Europa (não exige visto para conexão). Compre passagens flexíveis e acompanhe a Embaixada do Brasil no Japão.

Mesmo parecendo um conflito distante, a tensão entre Irã e Israel tem o potencial de afetar diretamente a vida de quem mora no Japão. Desde o preço da gasolina até o valor das remessas para o Brasil, os impactos chegam de forma silenciosa, mas concreta. Em um país altamente dependente de energia e alimentos importados, qualquer instabilidade internacional, especialmente no Oriente Médio, pode pressionar a economia e influenciar o seu dia a dia.

Por isso, estar informado sobre o cenário global não é apenas uma questão de curiosidade: é uma forma de se preparar e tomar melhores decisões, seja para proteger seu orçamento, seus investimentos ou sua qualidade de vida no Japão.

Esta matéria contou com contribuições e trocas de ideias com Milton Campos, que enriqueceu a discussão com sua visão crítica e conhecimento de geopolítica.

Imagem: Gerada por I.A

Temos vagas nos ramos de autopeças, componentes eletrônicos, vendas e outros.
Aichi, Gifu, Mie e região:
clique aqui!


Qual rede social você mais usa?

Ver resultados

Carregando ... Carregando ...

#acidente #alerta #comunidade #crime #cultura #curiosidades #economia #japão #polêmica


O Dia a Dia é um site criado com o intuito de levar informações úteis sobre cultura japonesa, notícias, matérias sobre turismo e entretenimento para os brasileiros no Japão! No YouTube, temos mais de 200 vídeos, mostrando o Japão para o mundo. Queremos informar os brasileiros que vivem aqui com informações da mídia japonesa e incentivar mais pessoas a virem ao Japão, pois acreditamos que o Japão é um país de muitas oportunidades.

Siga o Dia a Dia nas redes sociais:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *