Empresas japonesas cortam contratos com membros da maior agência de talentos após polêmica

O McDonald’s Japão, a montadora Nissan e a gigante da cerveja Kirin disseram na terça-feira (12) que estavam se desligando da maior agência de talentos do Japão após revelações sobre os casos de abuso sexual cometidos pelo seu falecido fundador.

Diversas empresas japonesas contratam talentos da agência Johnny & Associates para comerciais de TV e pôsteres, que associam os artistas à marca da empresa.

Na semana passada, a agência de talentos admitiu pela primeira vez que o fundador Johnny Kitagawa havia agredido sexualmente jovens recrutas ao longo de décadas, antes de sua morte em 2019, aos 87 anos. A confirmação dos casos de abuso sexual gerou grande polêmica e intensificou o rompimento de grandes empresas com a agência.

Um porta-voz do McDonald’s Japão disse que a empresa planeja “não renovar contratos” com a agência de talentos quando eles expirarem, acrescentando que “nenhuma forma de violação dos direitos humanos é tolerável”.

Um porta-voz da Kirin Holdings disse que não renovaria o seu contrato com a empresa, qualificando os casos de abuso sexual como uma “grave questão de direitos humanos”.

“Nosso contrato contínuo com a Johnny & Associates terminará após o vencimento e não implementaremos nenhum novo anúncio ou campanha promocional”, disse a empresa.

“As medidas anunciadas pela agência para compensar as vítimas não foram suficientemente detalhadas”, acrescentou a Kirin Holdings.

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Além disso, a gigante automobilística Nissan disse que também se absteria de “desenvolver novos materiais de promoção de vendas usando essa agência de talentos até novos avisos”, alegando que a conduta da agência é contrária às diretrizes da montadora sobre o respeito aos direitos humanos.

A grande fabricante de bebidas Suntory disse em um comunicado que nenhuma nova parceria promocional com a agência será formada até que esteja “suficientemente seguro de que as medidas para salvar os sobreviventes e prevenir uma recorrência estão devidamente implementadas”.

Enquanto isso, a Asahi Group Holdings também repreendeu contundentemente a Johnny & Associates, instando-a a “tomar medidas imediatas e substanciais para corrigir a situação”.

Imagem de destaque: Canva