Especialistas alertam sobre traficantes que oferecem drogas mais pesadas a jovens que compram maconha no Japão

Um número crescente de jovens tem sido detido por suspeita de posse de maconha, e os especialistas apontam para o perigo de os jovens que compram cannabis desenvolverem uma dependência grave de drogas mais fortes.

Fontes investigativas relataram que Noriyasu Kitabatake, membro do time de futebol americano da Universidade Nihon que foi preso em agosto por suposto porte de maconha e estimulantes, aparentemente disse ao Departamento de Polícia Metropolitana (MPD) durante interrogatório que “recebia estimulantes como brinde ao comprar maconha”.

Embora o jovem de 21 anos pensasse ter recebido a droga sintética MDMA, uma avaliação do MPD teria descoberto que a substância continha outras drogas estimulantes. Um investigador sênior explicou: “É uma tática comum entre os traficantes oferecer outras drogas caras às pessoas que compram cannabis”.

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Nobuo Komiya, professor da Universidade Rissho e especialista em crimes relacionados a drogas, advertiu: “É possível que os traficantes estejam oferecendo aos clientes outras drogas, como estimulantes, que causam alucinações e dependência mais fortes, como ‘amostras’ para torná-los ainda mais dependentes“.

Entre os jovens presos por posse de drogas nos últimos meses estão membros do clube de boxe da Universidade de Agricultura de Tóquio e do time de futebol americano da Universidade Nihon.

Conforme a Agência Nacional de Polícia, o Japão viu um recorde de 5.482 pessoas presas em 2021 em casos envolvendo maconha. Embora o número tenha diminuído pela primeira vez em nove anos para 5.342 em 2022, aqueles com 20 anos ou menos representaram 70% de todas as detenções.

Embora o número geral de detenções em casos de drogas estimulantes esteja em declínio, o número de detenções entre pessoas com 20 anos ou menos aumentou de 1.096 em 2020 para 1.134 em 2021. Mesmo que o número tenha caído para 877 em 2022, a percentagem de pessoas nessa faixa etária entre todas as detenções naquele ano foi quase igual à proporção registrada no ano anterior.

Imagem: Canva