Quatro homens são acusados de homicídio após armarem ‘falso suicídio’ de colega de trabalho

Quatro homens foram presos pela polícia metropolitana no dia 8 de dezembro, acusados de homicídio e sequestro. Eles são suspeitos de assassinar Takano Osamu, de 56 anos, em um caso que inicialmente foi tratado como suicídio.
O caso ocorreu em dezembro do ano passado, em um cruzamento ferroviário na cidade de Itabashi, onde Takano Osamu, ex-funcionário da empresa, foi atingido por um trem após ser levado à força até o local. Segundo as investigações, ele foi obrigado a entrar na linha férrea, em um ato planejado para simular um suicídio.
Os suspeitos, incluindo o proprietário de uma empresa de pintura em Tóquio, Sasaki Manabu (39 anos), e os funcionários Shimabata Akihito (34), Nozaki Shunta (39) e Iwade Atsuya (30), foram identificados por imagens de câmeras de segurança e outros registros.
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As investigações apontaram que Takano era vítima de agressões frequentes no local de trabalho. Ele era submetido a atos humilhantes, como ser imobilizado com técnicas de luta livre e queimado com água fervente, práticas que teriam sido registradas em vídeos nos celulares dos suspeitos. Essas agressões contínuas o teriam levado a um estado psicológico em que ele não podia resistir às ordens dos agressores.
No dia do incidente, dois dos acusados, Shimabata e Nozaki, foram vistos em um carro com Takano próximo ao local do crime. Eles teriam permanecido na área até que a tragédia ocorresse, enquanto os outros dois envolvidos não estavam presentes no momento do impacto, mas ajudaram a planejar e organizar o crime, segundo a polícia.
O caso chamou atenção por ser um dos raros, em que a polícia aplicou a acusação de homicídio sem que os suspeitos tivessem cometido um ato diretamente letal.
A perícia investiga se os abusos sofridos pela vítima criaram um estado mental que o impediu de tomar outra decisão além de se submeter aos suspeitos, o que, segundo especialistas, é fundamental para determinar a validade da acusação de homicídio.
A polícia também está focada em estabelecer se houve a intenção clara de causar a morte de Takano e como os quatro homens colaboraram para realizar o crime. As mensagens trocadas entre os acusados e outros registros digitais são peças centrais nas investigações.
Mesmo sem uma ação letal direta, o caso pode se encaixar como homicídio
Especialistas ressaltam que o caso pode abrir precedentes importantes na aplicação da lei. A ausência de um ato diretamente letal, como o uso de armas, por exemplo, não necessariamente isenta os acusados de serem julgados por homicídio.
“A gravidade das ações que levaram a vítima a acreditar que sua única opção era entrar na linha do trem pode ser equiparada a atos diretamente letais”, explicou um especialista em direitos criminais.
As autoridades continuam analisando detalhes para esclarecer totalmente as circunstâncias do crime, enquanto a sociedade japonesa reflete sobre os impactos do bullying no ambiente de trabalho e seus desdobramentos trágicos.
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