Você sabia que o Japão acredita em milhares de deuses?

Diferente de muitas religiões do mundo, o Japão não acredita em um único deus, mas sim em milhares. Essa crença vem do xintoísmo (神道, Shintō), a religião tradicional japonesa, que ensina que tudo na natureza tem um espírito: as montanhas, os rios, os animais e até alguns objetos.

Esses espíritos são chamados de kami (神). Eles são como “forças da natureza” ou “energias divinas” que vivem ao nosso redor. Existe até uma expressão antiga no Japão, yaoyorozu no kami (八百万の神), que significa “oito milhões de deuses”, uma forma de dizer que há deuses em todos os lugares.

O que é o xintoísmo

O xintoísmo é a religião tradicional do Japão. Diferente de outras religiões que acreditam em um único deus, o xintoísmo é politeísta, ou seja, acredita em muitos deuses. Esses deuses vivem na natureza, como:

• montanhas, rios e florestas,
• animais e até pessoas que fizeram grandes coisas no passado.

Por exemplo, a deusa do Sol, Amaterasu (天照大神), é a mais importante de todas. Ela representa a luz, a vida e é considerada a ancestral da família imperial japonesa.

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A deusa mais importante

Entre tantos deuses, a mais conhecida é Amaterasu, a deusa do Sol. Amaterasu, a principal divindade do Japão, (天照大神, Amaterasu-Ōmikami), que significa “A grande deusa que ilumina o céu”, que simboliza o sol é considerada a protetora do Japão e ancestral da família imperial, sendo o centro da mitologia japonesa. O Ise Jingū (伊勢神宮), o santuário mais sagrado do país, que fica na província de Mie, é o lugar onde ela é venerada há mais de 1.300 anos.

O Japão é chamado de Nihon (日本), que significa “origem do Sol”. A bandeira nacional, com o círculo vermelho, representa o Sol de Amaterasu. Ou seja, a presença da deusa está até mesmo na identidade visual e espiritual do país.

A fé no dia a dia

Mesmo sem seguir uma religião de forma rígida, muitos japoneses mantêm essa conexão espiritual no dia a dia. Eles visitam santuários (jinja) para agradecer, pedir sorte ou proteção, participam de festivais (matsuri) e fazem orações no Ano Novo. Cada santuário é dedicado a um kami diferente, pode ser o deus da chuva, do amor, da colheita ou até da educação.

O que isso mostra sobre o Japão

Entender o politeísmo japonês ajuda a compreender fenômenos culturais, desde a reverência por montanhas, como o Monte Fuji, até representações nos animes, mangás e na arte, onde a natureza, os espíritos e o sagrado estão sempre presentes.

A ideia de que há deuses em tudo ensina os japoneses a viver com respeito pela natureza, gratidão e harmonia. Sendo um país moderno, cheio de tecnologia, essa forma de pensar continua forte e é uma das razões pelas quais o Japão preserva tradições tão antigas. Muitos japoneses participam de festivais shintō, visitam santuários e mantêm altares domésticos, mesmo sem se rotularem “religiosos”.

Imagem: Canva