Apesar da oposição, Japão pretende iniciar a liberação da água tratada de Fukushima nessa semana

O Japão está fazendo os preparativos finais para começar a liberação da água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima a partir do dia 24 de agosto, disse uma fonte do governo, apesar da oposição dos moradores locais e de alguns países vizinhos.

A controversa decisão foi tomada numa reunião ministerial na manhã desta terça-feira (22), uma vez que uma quantidade significativa de água se acumulou no local desde o acidente nuclear de 2011, desencadeado por um terramoto e um tsunami devastador.

Em julho deste ano, a Agência Internacional de Energia Atômica concluiu que o plano do Japão está alinhado com os padrões de segurança globais e teria um “impacto radiológico insignificante nas pessoas e no ambiente”.

• Capacidade dos tanques de armazenamento está quase atingindo o limite

Uma grande quantidade de água contaminada foi gerada no processo de resfriamento do combustível derretido do reator na usina de Fukushima Daiichi desde que a instalação foi devastada pelo terremoto e tsunami de 2011.

A água foi mantida em tanques após passar por um avançado sistema de processamento de líquidos que remove a maioria dos radionuclídeos, exceto o trítio, mas os recipientes de armazenamento estão chegando à capacidade máxima.

No início de agosto, cerca de 1,34 milhão de toneladas de água tratada foram armazenadas em tanques no complexo nuclear de Fukushima, atingindo 98% da capacidade de armazenamento, segundo a operadora da usina.

A água tratada, que contém pequenas quantidades de trítio, será diluída a um 40º da concentração permitida com base nos padrões de segurança japoneses antes de ser descarregada por um túnel subaquático a 1 km da usina.

Durante sua visita à usina nuclear de Fukushima no domingo (20), Kishida instou a Tokyo Electric Power Company Holdings Inc., conhecida como TEPCO, a garantir a segurança da liberação de água.

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• Oposição dos pescadores locais

Os pescadores locais se opuseram ao plano de liberação de água em meio às preocupações de que a reputação de seus frutos-do-mar sofra mais danos, após anos de esforços árduos para reconquistar a confiança do consumidor.

Kishida conversou com o chefe da federação nacional de pesca do Japão na segunda-feira (21), na esperança de obter sua compreensão sobre o plano do governo de descarregar a água no mar.

A obtenção da aprovação da indústria pesqueira é um fator crucial para o governo e para a operadora TEPCO, pois eles se comprometeram a não realizar a descarga sem o consentimento dos pescadores.

A Federação Nacional das Associações de Cooperativas de Pesca, sob seu comando Masanobu Sakamoto, continuou a se opor à liberação de água, dizendo que isso prejudicaria a reputação dos frutos-do-mar de Fukushima e áreas próximas.

No entanto, Kishida disse que continuará tentando se comunicar com os pescadores locais para obter o apoio de seu grupo, garantindo a segurança da água e medidas para responder a possíveis danos à reputação.

“Prometemos assumir total responsabilidade pela implementação das medidas necessárias para que os pescadores possam buscar seu sustento com tranquilidade pelas próximas décadas”, disse Kishida no início de suas conversas no gabinete do primeiro-ministro.

Segundo as informações, o governo criou fundos no valor de 30 bilhões de ienes (US$ 206 milhões) para superar qualquer dano à reputação e 50 bilhões de ienes para aliviar possíveis danos econômicos e apoiar os pescadores locais na manutenção de seus negócios.

Imagem de destaque: Canva