Empresas japonesas intensificam esforços para atrair trabalhadores estrangeiros

O Japão enfrenta uma escassez de mão de obra devido ao envelhecimento da população e à baixa taxa de natalidade. Para enfrentar esse desafio, mais de 60% das empresas japonesas já contratam trabalhadores estrangeiros, segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.

Cada vez mais empresas começaram a buscar formas de atrair e manter os trabalhadores estrangeiros, visando equilibrar a necessidade de mão de obra com a qualidade de vida dos funcionários.

A East & Holding Inc., fabricante de alimentos congelados, é um exemplo dessas empresas que estão investindo para atrair talentos estrangeiros. A empresa oferece subsídios financeiros generosos, incluindo um subsídio mensal para os funcionários que passarem no teste de proficiência em japonês, além de oferecer suporte substancial para aluguel de moradia e cobertura para despesas com alimentação para compensar o aumento do custo de vida no país devido à inflação.

Adotando essas medidas, a empresa visa garantir que seus trabalhadores se sintam “perfeitamente seguros e confortáveis”, permanecendo no trabalho pelo maior tempo possível.

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Além disso, a empresa presta assistência em questões médicas e financeiras.“Queremos estar sempre lá para resolver qualquer problema em um estágio inicial. A primeira impressão que eles têm da nossa empresa é muito importante”, afirma Nguyen Thi Quynh Trang, vietnamita que trabalha no setor de recursos humanos.

Nguyen faz parte da equipe que auxilia mais de 370 trabalhadores estrangeiros na empresa, vindos de sete países, incluindo estagiários técnicos e portadores do visto “trabalhador qualificado especificado”.

O governo japonês também está ampliando esforços para atrair trabalhadores qualificados, com planos de admitir até 820 mil estrangeiros nos próximos cinco anos fiscais -mais que o dobro do período anterior.

Apesar disso, manter os trabalhadores na empresa ainda é um desafio. Uma pesquisa da Mynavi Global Corp. revelou que insatisfação salarial é o principal motivo de desligamento entre vietnamitas, enquanto problemas de relacionamento são mais citados por trabalhadores da Indonésia e Myanmar.

Outro dado relevante é que 25,4% dos estrangeiros pedem demissão nos primeiros 10 a 12 meses, mas esse índice cai para 12,6% após um ano.

“Apoiar os trabalhadores nos estágios iniciais é essencial para garantir a permanência”, ressalta Motoki Yuzuriha, presidente da Mynavi Global. Ele também aponta que questões pessoais, como casamento e problemas familiares, devem ser consideradas como desafios de longo prazo.

Imagem de destaque: Canva